Reunião do Grupo de Estudos e Pesquisa Comunicação, Educação e Sociedade/ GECES
Texto: KAPLÚN. Mário. Uma pedagogia de La comunicacíon. Ediciones De La Torre. MADRID, 1998.
Parte I: Modelos de educação e modelos de comunicação
Primeiro momento o livro esta dividido em três partes, sendo que a primeira apresenta as seguintes questões:
- Ênfases dos conteúdos;
- Ênfases dos efeitos;
- Ênfases dos processos;
- O que entender por comunicação;
- Caminhos e métodos para a participação e
- Um ponto de partida decisivo: a prealimentação.
O autor inicia a apresentação do texto com a pergunta de para quem é esta Pedagogia da comunicação, e afirma que é para todos que praticam a comunicação. Para estudantes que percebem a comunicação como um serviço a sociedade é necessário também não apenas adquirir os saberes de dominar os recursos, mas também de possui uma pedagogia da comunicação.
O texto busca apresentar uma comunicação eficaz, onde a mesma seja: participativa, problematizadora e personalizante. Dentro desta busca, qual a educação que encontramos nas nossas práticas educativas? Kaplún (1998) deixa o questionamento para reflexão do leitor.
Ao citar Bordenave (1976), Kaplún aponta as concepções pedagógicas deste autor que esta inserida em três modelos básicos:
Modelo exógeno (educação=objeto)
- Educação que põe em ênfases os conteúdos (p. 22);
- Educação que põe ênfases nos efeitos (p. 18)
Modelo endógeno (educando = sujeito)
- Educação que põe ênfases no processo
Enfases nos conteúdos
Educação tradicional, onde o professor (comunicador) é instruído que sabe, ensino ao ignorante que não sabe. Kaplún traz como referência Paulo Freire que qualifica esta educação como educação bancária, onde o educador deposita conhecimentos na mente do educando. (p. 22 – 23)
O modelo de educação bancada demonstra que existe também o modelo de comunicação bancaria. Ela esta visível no modelo: E — (mensagem)— R (p. 25 – 27)
Seu modelo de aplicação: Os programas de estudo são amplos e baseados em conceitos que a fonte emissora (o professor) considera importantes; dá-se pouca importância ao diálogo e a participação e existe uma só verdade, a do professor.
Ênfases dos efeitos
Pode ser classificada como educação manipuladora. Ao citar Ramsay (1975, p. 32):
El comunicador es una especie de arquitecto de la conducta humana, un practicante de la ingeniería del comportamiento, cuya función esinducir y persuadir a la población a adoptar determinadas formas depensar, sentir y actuar, que le permitan aumentar su producción y suproductividad y elevar sus niveles y hábitos de vida.
Como comparativo foi trazido por Kaplún (1998) o exemplo Behaviorista de conduta, ou seja, quando se trabalha com mecanismos de estímulos e recompensa se origina outro modelo educativo. O modelo de hábito é um papel central na educação. Com as mudanças destes hábitos o educando adquire nova conduta, sendo uma recompensa.
Modelo de comunicação modificado do anterior:
r: Feedback
Ênfases nos processos
Este é o modelo endógeno que está centrado na pessoa e põe ênfase no processo, outro modelo de educação de Paulo Freire (1969), educação libertadora ou transformadora. Educação para formar pessoas e transformar sua realidade. (p. 49) Não é mais um educador do educando, não mais um educando do educador e sim um educador-educando com um educando-educador.
Foi apresentada também a ideia de troca de comportamento: – homem acrítico para homem crítico. Kaplún (1998) acredita que neste processo um homem desde seus condicionamentos que era passivo, conformista, fatalista até a vontade de assumir seus destino humano, desde as tendências, individualistas, egoístas até a abertura dos valores solidários e comunitários.
Só existe uma verdadeira aprendizagem quando o existe processo, quando existe autogestão dos educandos. Objetivo é que o educando pense.
O que se entender por comunicação
Para esclarecer este item, Kaplún (1998) referencia dois modelos de comunicação: Comunicação dominadora x Comunicação democrática.
A primeira, comunicação dominadora refere-se ao monólogo, poder vertical, unidirecional, monopolizada, concentrada com a minoria. Já a comunicação democrática refere-se a diálogo, comunidade, horizontalidade, de duas vias, participativa e ao serviço da maioria. Esta seria desenhada da seguinte forma:
Novo modelo de comunicação que é EMIREC, ao mesmo tempo é emissor e receptor. Todo homem tem o direito e a capacidade para atuar nas duas funções, participando assim deste processo de comunicação, se alternar então como emissor e receptor.
Leia continuação da apresentação do II Capítulo.
Próxima reunião de estudos (12/04/12): |
Texto – III Capítulo: KAPLÚN. Mário. Uma pedagogia de La comunicacíon. Ediciones De La Torre. MADRID, 1998.
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Parte III – Soraya Cristina Pacheco de Meneses
– Data da próxima reunião: 12/04/12 (quinta-feira) às 18h30
– Introdução do Livro:
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação, economia, sociedade e cultura. Vol I. Tradução: Roneide Venancio Majer. São Paulo: Paz e Terra, 2005.